‘Estão faltando líderes no governo Lula’, admite Kassab em referência a Rui e Padilha

Política

Para o pessedista, o presidente empoderou Alexandre Padilha e Rui Costa, mas não com a intensidade que deveria e, por isso, tudo volta para ‘o seu colo’

Acumulando o cargo de secretário de Governo e Relações Institucionais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, partido que integra a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não se eximiu em afirmar que estão faltando líderes dentro do governo. Ao PSD, foram destinados três ministérios (Pesca, Minas e Energia e Agricultura Pecuária e Abastecimento).

Ele afirma que o governo Lula se ressente da ausência de articuladores como José Dirceu e Márcio Thomaz Bastos, e que em seu terceiro mandato empoderou os ministros Alexandre Padilha [Relações Institucionais] e Rui Costa [Casa Civil], mas não com a intensidade que deveria e, por isso, tudo volta para ‘o seu colo’. Ele não negou se tratar de um problema que o presidente precisa resolver, inclusive, revendo a possibilidade de ‘ter duas pessoas empoderadas’ em sua gestão.

“No primeiro mandato, o Lula empoderou duas pessoas que tiveram papel fundamental no governo, especialmente no início: o José Dirceu e o Márcio Thomaz Bastos. Neste governo, olhando à distância, parece que ele empoderou o Alexandre Padilha e o Rui Costa, mas não com a intensidade que deveria — e, por isso, tudo volta para o colo do Lula. Acho que está fazendo falta ter duas pessoas empoderadas. Até porque ele está mais velho, mais cansado, por mais que esteja bem de saúde. Estão faltando líderes dentro do governo. Neste início que o Lula precisa mudar tudo, porque assumiu como oposição, assim como em 2003, ele não tem equipe para promover mudanças, ou não a empoderou o suficiente. É um problema”, admitiu em entrevista ao Metrópoles.

O cacique pessedista disse ainda não ver constrangimento em compor com Tarcísio, que está em lados opostos, em São Paulo.

“O PSD procura se equilibrar ideologicamente. Eu diria que é um centro programático, não fisiológico. Só para lembrar, em 2018, nós apoiamos o Geraldo Alckmin para presidente, perdemos a eleição e ficamos quatro anos em uma posição de independência. Aliás, foi o único partido que estava com o Geraldo a permanecer independente. Todos os outros que o apoiaram entraram no governo Bolsonaro com tudo. Não preciso citar os partidos, todos sabem. Era uma realidade diferente da de agora. Todos sabem que o PSD fez de tudo para lançar o (senador) Rodrigo Pacheco candidato a presidente da República. Acabou não conseguindo. O Pacheco entendeu que as eleições seriam muito turbulentas e que ele tinha um papel como presidente do Senado a cumprir. Acho até que acertou, porque as eleições foram realmente tumultuadas e ele teve um papel muito importante na defesa da democracia. Ficamos sem candidato, liberando nossos parlamentares para optar pelo caminho que quisessem”, elencou.

Complementando, o pessedista assegurou que ‘naqueles que apoiaram o presidente Lula, o PSD teve uma posição vitoriosa’.

“E, evidentemente, eles foram convidados a participar do governo. Promoveu-se uma discussão dentro do PSD, e a corrente majoritária preferiu apoiar o presidente Lula. Dessa maneira, o PSD escolheu fazer parte da base, pela governabilidade e em total conformidade com nosso papel na campanha. Em São Paulo, nada mais natural do que participar do governo Tarcísio. Nós indicamos o vice (Felício Ramuth), fizemos a coordenação da campanha, estivemos na linha de frente”, explicou.

Sobre a disputa eleitoral frisou que Tarcísio deverá disputar a reeleição em 2026 e diz que a prioridade do seu campo político é fazer uma aliança com Ricardo Nunes (MDB) para a disputa da Prefeitura de São Paulo em 2024, na eleição do ano que vem.

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