Segundo o prefeito, há hoje 342 pessoas assistidas nas dez unidades existentes em Salvador
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) desconversou acerca da declaração do prefeito Bruno Reis (União Brasil) de que o gargalo da fila de regulação na capital só não é mais grave por causa das unidades de saúde construídas pelo município.
A reação de Reis ocorreu após o petista criticar prefeituras do interior e responsabilizá-las por não fazerem o “dever de casa” no âmbito da atenção básica.
Jerônimo, porém, não citou a capital baiana —onde, hoje, há 342 pessoas à espera de transferência assistidas nas dez UPAs do município, segundo o próprio prefeito.
Questionado pelo bahia.ba sobre a fala de Reis, Jerônimo tergiversou. “Quantas UPAs existem em Salvador?”, iniciou ele, sem mencionar o quantitativo das unidades em operação.
“Quantas maternidades existem em Salvador? Saiba quantas são? Nenhuma. Salvador não tem maternidade municipal. Esses números, eu não concordo. Não concordo por ser de partidos opostos, não”, prosseguiu.
O governador também afirmou que Salvador está entre os municípios que têm a menor cobertura básica do país —mas novamente sem apresentar dados. “É olhar os números. Eu não vou ficar dialogando e debatendo em cima de palavras. Olhe os números. Só aponte qual a maternidade municipal que nós temos em Salvador”, esquivou-se Jerônimo.
De acordo com Bruno Reis, não fossem os hospitais municipais e as UPAs, o cenário seria ainda mais grave. “Se hoje os hospitais do Estado não estão abarrotados de pessoas e nos corredores aguardando, como era comum no passado, no HGE, no [Hospital] Roberto Santos, as pessoas nas macas, do lado de fora do hospital, aguardando… Por que isso não está acontecendo mais? Porque as pessoas estão nas nossas UPAs. Salvador tinha apenas uma UPA. Agora, tem dez. Sem se falar que Salvador não tinha o Hospital Municipal. Estamos indo pro terceiro”, declarou o prefeito.