‘Do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua’, disse o presidente ao apontar perigo para a segurança dos magistrados
Em meio às críticas da esquerda sobre a atuação conservadora de Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu que os votos dos ministros da Corte passem a ser sigilosos.
“A sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte. Eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria, cinco a quatro, quatro a cinco, seis a quatro, três a dois. Não precisa ninguém saber, ‘foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou’. Porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, disse o chefe do Executivo, nesta terça-feira (5), durante o Conversa com o Presidente, citando como exemplos o jornalista Marcos Uchôa, que comanda o programa, e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), que participou como convidado .
“Então, para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque, do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, passear com sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”, completou Lula, para quem o sigilo dos votos traria mais segurança aos magistrados.
Indicado pelo petista ao STF, Zanin causou indignação da esquerda após votos alinhados às pautas conservadoras. Por exemplo, ele foi contrário à equiparação de ofensas à comunidade LGBTQIA+ com injúria racial e à descriminalização da maconha para uso pessoal.