Responsável pela criação da TV Justiça, o ministro aposentado disse que considera absurda a declaração do presidente Lula
O ministro aposentado, Marco Aurélio Mello, considerou um “ato falho” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na entrevista semanal que divulga nas redes do governo e reproduz no seu próprio perfil. O presidente da República disse que “a sociedade não tem que saber como é que vota” cada ministro da Suprema Corte. “Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2”, afirmou, enfatizando que a proposta visa evitar a “animosidade” com decisões de magistrados.
Ele não pode estar convencido do que falou”, rebateu o ministro, que declarou apoio a Jair Bolsonaro nas últimas eleições. “Qual é a mola mestra da administração pública? É a publicidade. É o que permite à imprensa ter acesso ao dia a dia da máquina pública e informar aos contribuintes para que cobrem uma postura exemplar de todos, dos magistrados, dos agentes políticos e públicos”, disse o ministro.
Responsável pela criação da TV Justiça durante o período em que presidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro aposentado disse que considera absurda a declaração do presidente. “A publicidade é desinfetante, é o que clareia, o que direciona a dias melhores. Não há espaço para mistério, não podemos voltar à época das cavernas. Os ministros do STF têm que prestar contas para a sociedade, todo homem público têm que prestar contas”, disse.
A TV Justiça, que lançou holofotes sobre a atuação de cada integrante e sobre a rotina do STF, foi criada durante a gestão de Marco Aurélio, a partir de lei sancionada pelo próprio ministro durante o período em que ocupou interinamente a presidência da República durante o governo Fernando Henrique Cardoso.