‘Sem anistia a nenhum golpista!’, disse o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP)
Após o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) atacar a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (8), mirando militares e assessores de Jair Bolsonaro (PL) envolvidos em suposta tentativa de golpe de Estado, o PSol pediu a cassação do parlamentar.
Conforme a CNN Brasil, o partido já preparou uma representação contra o ex-vice-presidente e deve enviá-la ao Conselho de Ética do Senado após o Carnaval.
Segundo o documento, Mourão incitou as Forças Armadas com as falas e quebrou o decoro parlamentar. O partido pontuou, ainda, a falta de um pronunciamento do general a respeito de uma reunião realizada em 2022 por Bolsonaro com outros alvos da operação, ocasião onde foi discutido um suposto arranjo golpista.
“Entraremos no Conselho de Ética do Senado pedindo a cassação do mandato do General Mourão por incitar as Forças Armadas a ações golpistas de descumprimento judicial”, escreveu o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que também é pré-candidato à prefeitura de São Paulo. “Sem anistia a nenhum golpista!”, acrescentou.
A representação do Psol ocorre após Mourão usar a tribuna da casa legislativa para atacar a ação da PF e supostamente incitar os militares contra as instituições. Em seu discurso, ele afirmou que o Brasil vive uma situação de “não normalidade” e que as Forças Armadas precisam reagir ao que chamou de “arbítrios” e processos ilegais conduzidos contra militares por parte do Supremo Tribunal Federal.
“Não tenho a mínima dúvida de que estamos caminhando para a implantação de um regime autoritário de fato no país”, afirmou, num discurso de pouco mais de 5 minutos. “O que se vislumbra nessa onda de prisões e apreensões deflagradas hoje é a intenção de caracterizar as manifestações da população como fruto de uma conspiração golpista”, acrescentou, emendando que é preciso afastar tentativas golpistas, mas também repudiar o que chamou de “devassa persecutória ao arrepio da lei”.
“No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir diante de processos arbitrários que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar. Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar. Nem Hitler ousou isso no começo de sua ascensão ao poder, limpando a área naquilo que ficou conhecido como o caso Fritz, que foi a demissão do então chefe do Estado-maior do Exército alemão”, pontuou o general da reserva.